segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Eu mesmo, mesmo eu?
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Sobre amizades
Afinal é tão minha assim?
Não, não...
essa dor é de outrem.
O que te abate então, coração?
O gostar de doídos,
Doloridos doidos
Que agora choram.
- É que sofri...
tão junto contigo,
- E agora... (respiro)
o meu sangra também.
- E agora? (prefiro)
Agora consigo ver-te nos olhos
E amar-te ainda.
Sim, eu também choro.
Tento entender seus motivos:
"Distanciei-me por não saber amar."
Vácuo nosso...
- Alguém sabe amar?
Vc não merece amor?
Porque se condena a tanto?
Quis perguntar-te se merecia o meu.
" O amor não existe"
- Amor não se agradece.
Não tive o que responder hoje, lembra?
Não pude agradecer e nem retribuir.
Silenciei-me sincera,
Abri-me: já te amo.
Não há fuga,
não há resposta
Não me agradeça
Não é pela retribuição.
"A vida faz essas coisas."
Posso pedir para começar a amar-se?
- Posso te pedir uma coisa?
Procure o que é que haja em você que te faça especial.
É que a felicidade dá medo, mas está muito ao nosso alcance.
E ela - essa felicidade bonita- é a que mais te deseja.
Entregue-se a ela, menina!
E se ame de verdade.
- Seu riso pode vir de dentro, acredite!
E o amor? Ah.. ele existe aqui sim.
- Pode nomeá-lo diferente, se você o tiver em si.
Mas permita-se amar ...
Queria te dizer para usar apenas a tecnologia.
sábado, 15 de novembro de 2008
Sobre disposição
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Louca abstração
Até que descobri! Descobri quem me lembrava. Até que veio subitamente em mim um estranho espanto. Soube nesse instante que me lembrava de alguém que nunca conheci. Lembrava-me alguém que vi uma vez de longe. Acho que foi isso mesmo: uma vez. Alguém que já ouvi sobre, alguém que sei alguma coisa da vida, já vi em alguma foto. Como é que explico esse sentimento? Realmente me lembrei dessa pessoa, e cabia exatamente no jeito de rir, na voz, no jeito de mexer no cabelo. Cabia exatamente com o que tinha em mim. Nunca ouvi-lhe a voz e nem sei como sorri, apenas imagino como mexe no cabelo.
Mas o pior desses momentos, foi a conclusão que obtive. A conclusão de que estranho não foi a sensação de lembrar-me de alguém que eu não tinha uma concreta lembrança, estranho foi deparar-me com esse alguém em mim, embora nunca tivesse conhecido. Em mim já tinha apelido e sobrenome, já tinha medo e cara de riso. Como é que eu racionalizaria esse sentimento? É inexplicável. Pode até ser loucura mesmo. Mas que eu tinha essa pessoa em mim eu tinha, e que era daquele jeito ali, era.
Não, não tiro sua razão, é loucura.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Ansiedade
Ao fim da primeira linha do livro qualquer, que pouco importa, seu olhar dedilha todos os elementos do quarto até alcançar a cômoda. Procura mais uma vez e constata: não tem nenhum cigarro lá. Nem unzinho!
O tempo passa nessa agornia de linha sem sentido e cômoda vazia. Até que alguém bate à porta. Ela responde. Pede, por favor, um cigarro. E o recebe. Sim, ela o recebe!
Feliz, o coloca na cômoda. Respira fundo aliviada. Assenta-se de novo, sorri de lado mirando-o. Pega o livro e deslumbra-se com sua capa. Agora admira seu título. Retoma, então, na primeira página sedenta pela historia.
Depois de linhas tranquilas e absorvíveis, fecha o livro, apaga a luz e dorme em paz.
Não, não era vício, não ia fumar. Precisava só da certeza da presença.
Lembrei-me de você. Precisava só da certeza da presença.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Vida de cinema
Os sonhos nos confudem
tal qual tela de cinema:
- Onde é o real?
De dentro da tela:
as poltronas, dos que assistem
e são assistidos.
O cinema nos assiste, meu caro,
somos todos ajudados.
Mas, e a mocinha?
Quer ela sair daqui?
Quer tocar o chão?
Deixar de voar e ver,
ver quem assiste sua TV?
Quer ela deixar a trilha sonora?
E voltar a vida em cores?
Será que quer ela encarar seus assistidos?
E ver se há mocinhos coloridos? Desafinados?
Será que quer ela uma vida real?
Quer descobrir se há por aqui um amor bonito?
Ah.. mocinha... olha para a vida!
Vê o seu desejo.
E se não gostar de viver...
Se não descobrir a música daqui,
pode voltar para seus sonhos,
pode voltar para as telas.
E tenha de volta sua trilha sonora,
guarde de novo seu afinado.
Mas vem dançar na chuva!
Se entregue ao viver....
sábado, 18 de outubro de 2008
Transeuntes terrestres
A gente respira fundo, pára e solta o ar como que expelindo todos esses pensamentos. Mas não resolve.
Daí alguns passos você atravessa a rua, mira o alvo e a direção em que se atirará. Mas que ingenuidade! Ter de volta seu destino não te livra do trânsito, não desse tipo de trânsito.
Então, se vê sacudindo os pensamentos de olhos fechados. Abre os olhos e nisso tudo passaram-se apenas segundos. Só te sobra dar uma risada de canto quando percebe a inocência de querer espantá-los com um movimento mais brusco da cabeça.
- Não! Não resolve! – sussurra pra si mesmo.
Ninguém na rua notou esse seu piscar de olhos e essa sua tentativa de esquiva. Afinal de contas os humanos são tão iguais que se parecem até no fato de não se enxergarem no outro. Ninguém nessa Terra imagina que o ser que respira e corre do mesmo lado que você na calçada, também chacoalha as idéias e tenta esquecer qualquer coisa que perturbe seu sonho, seu sono.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Saudade
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Pra não dizer que não falei (das flores, do mundo e de tudo)
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Perdi
Mas é que hoje eu perdi.
Perdi alguma coisa importante que não acho de jeito nenhum nessa bagunça.
Não encontro.
Cadê?
Ansiedade.
Tristeza.
Desespero.
Onde é que está, meu Deus?
Tem tanta coisa aqui nesse baú. Algumas insignificantes, outras preciosas.
Acho que perdi a mais valiosa.
Acho que me perdi. Não sei mais onde é que está o meu ser.
Perdi a mim mesmo.
Onde é que está o que eu acredito?
Onde é que ficou o meu ser?
Meu coração se foi?
Com tanta dor, a procura goteja no baú
sábado, 20 de setembro de 2008
Conversa
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Nosso espelho
O preconceito que nos é tão repudioso?
Está aqui. Nessas simbólicas atitudes.
Nas concretas vivências.
Esta desigualdade tão odiosa,
É a nossa realidade.
É o caminho que tomamos.
O desprezo pelo interesse do povo,
começa no desprezo pelo interesse do outro.
A corrupção fortemente denunciada,
agride além de trabalhadores.
Olhai e vede:
O amor NOS falta!
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Amor-próprio
O amor inculca,
E chega que incomoda.
Alguém pergunta:
Tem forma?
Será que me in(forma)?
Onde é que está?
E eu atrás de algo,
Algo que se assemelhe a este desejado,
Mas vou nos lugares mais inusitados.
E, confusa no meu caminho,
Olho no espelho e sei:
Não estou sozinha!
Continuo à procura,
Ainda quero encontrá-lo.
Descubro que o amor por mim mesma,
Está sim em um lugar inusitado
E, agora, mais inusitado,
que de tão perto
Jamais fora esperado.
Páro, olho pra mim e descubro
que aqui, bem dentro existe,
muito além de entulhos,
marcas desse amor
escondido.
E regando a terra em prantos,
carrego agora comigo
o meu mais que tesouro,
um novo amigo:
Esse amor,
que antes estava perdido.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Porta fechada*
E o interruptor estragou! Escuro e frio. Ele fica ali no canto, de pernas juntas e dobradas. Ele as abraça. Porque é o que tem pra abraçar. São elas o seu consolo. E se joga nelas. E as ama, porque só as tem pra amar.
E o pesadelo é o que lhe resta de concreto, mas não tem mais medo, porque no escuro só tem ele e suas pernas. Ninguém vai aparecer....nem fantasma... porque ele trancou por dentro.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Até parece...
Mas ainda me surpreendi! Como se fosse possível a alguém não agir assim.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Vermelho batom
O mundo hoje mudou de cor. Ficou bem mais vermelho. E toda aquela calmaria da natureza, de imagens lentas ao som de música clássica, canção de passarinhos e força musical das cachoeiras com aquela vista verdinha, blá,blá,blá: Sumiu!
Não é esse momento o de agora. Não são essas cores, e nem mesmo esses sons. As pessoas não têm agora aquele sorriso bonito da TV nas propagandas da Doriana: não! Elas estão todas irritantes: desde as mães que falam demais aos pais que falam de menos. Das amigas muito engraçadinhas aos namorados que só assistem futebol, ... Qualquer atitude hoje, de qualquer um é irritante o suficiente.
E as teclas sofrem a agressividade de um cuspir com tamanha força e agressividade que se ouve da sala os barulhos do TEC-TEC do teclado. As unhas que ontem estavam bonitas, pintadas e crescendo. Hoje são roídas e "despintadas".
Então esse é o cenário: mundo vermelho! O fundo musical poderia até ser o rock do mais pesado com uma guitarra berrando e falando, se não houvesse na dona dos dedos que martelam o teclado uma dor de cabeça infernal. Bem, talvez o vermelho e a cara feia já sejam o suficientes pra ilustrar o que é o hoje nessa vida de quem usa batom.
Só posso me perguntar por que é que os hormônios fazem isso com elas.
E AI DO HOMEM QUE OUSAR RESPONDER!
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Momento de falta
De repente o meu momento de falta é valioso.
Talvez não precise mais chamar de “diagnóstico”, que remete a doença.
E porque posso encontrar ali meu Salvador.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Dias agora
sábado, 14 de junho de 2008
Poesia nossa
Às vezes cruzamos os braços e sentimos além.
Às vezes cruzamos as pernas e andamos muito.
Às vezes andamos, corremos e voamos mesmo sem asas, sem pernas e sem estrada.
Às vezes nos deslocamos desse chão e trilhamos caminhos mais altos.
Conseguimos sonhar de olhos abertos.
Mas há momentos e momentos....
Sofremos. Padecemos. E nos sentimos sós.
E na luta, no cotidiano, na sinceridade desfruto uma poesia plena, que ainda me é parceira. Degusto o sabor da poesia de viver.
Podemos todos tocar, sentir, pegar, pisar, chorar. Viver!
Onde é que há poesia mais bela?
Onde poderia estar poesia mais sincera?
Poesia esta que nos convive, que nos habita, e que nos constrói. Poesia do ser.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
(Sem título)
Quadro sem cor
tinta sem voz
E tão pouco
Sobra tanto
E falta mais.
Olho para você
E afugento-me
Olha pra mim.
Encontrei coragem,
Você retoma seu lugar
E eu, agora, fujo,
Mais que correndo,
deparei-me com as vasilhas
Os quadros me saltam os olhos
E a tinta..... sem voz.
O papel só pode estar em branco.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Sobre nós
Aqui embaixo não olhamos para isto. Não enxergamos nem a nós. Estamos tão livres de nós que vivemos respirando o ar que desejamos. Respiramos um ar diferente de antes.
Já vivemos tanto juntos.... e cada encontro o ar é único. O clima é único. O clima de hoje é mais que frio, o céu tem outras cores além de cinza. Ainda não sei o nome dessas cores, ainda não sei dizer desse outro clima.
Os anúncios, o céu, o andar de cima não podem ser todo o nosso sentir. São eles e algo mais. Eles não definem nosso viver. Somos livres, ninguém poderia nos definir. Nem nós nos definimos mais. Vivemos. Voamos. Livres.
A televisão insiste em seu parecer sobre nós e sobre o mundo, o céu e a natureza ainda nos desejam uma cor, um clima, anseiam definir nossas horas e o nosso dia. O andar de cima se cala. Mas ninguém rouba a nossa leveza, a brisa que nos embala, as asas que usamos sempre. O sorriso e a paz de ter a altura do nosso mundo.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Ausente
E quanto a você, meu atingido. Não posso dizer desculpa, nem pedir perdão. Não tenho como encarar-te. Fiz a maldade que não poderia com quem nada disso merecia. Você foi sincero demais para ter uma decepção desta como resposta. Mas vê pelo lado bom, o que restou a ti foi um lugar sem mim. O que sobrou disso tudo foi um lugar a salvo. Porque a mim restou um lugar sombrio, sem você e mais longe de mim. Restou o amargo. A ausência da culpa. Restou a ausência.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Chuva
Deixou no chão a última peça e delicadamente caminhou nas pontas dos pés. E como um dedilhar cada passo era um toque singelo. Quiçá o chão sentisse, sentiria tamanha leveza que lhe seria carinho.
Um frio com raízes internas e um frio que lhe subia do chão, pelos delicados pés.
Já era tarde, e seu sentimento de solidão transpunha a pele, transpunha os limites da alma, alcançava o corpo. Seu corpo respondia a solidão, estremecia de frio. Tanto que, de repente, o frio era real. Na mesma medida da solidão.
A luz amarela fraca no banheiro trazia doces lembranças. Dos dias naquela velha casa, com aqueles seus velhos: velhos amigos, velhos hábitos, velho quarto, velho refúgio, velho ser...
Estava em silêncio. E queria sentir. Pensar era excedente para este momento tão transcendental de se aquecer, de tocar. Um sorriso surge sim ao se deparar com essas doces lembranças. Mas ansiava rodar a torneira e sentir a água quente relaxando e tocando seu corpo. Precisava do toque, e a força, a harmonia com que ela desceria nos muitos pontinhos acima de sua cabeça, proporcionariam quietude. Os pés, então, se interrompem na sua jornada. E assumem o natural de si, a sabedoria de escolher o caminho, a sabedoria de andar... voltam. Apagam a luz. Agora ninguém atrapalharia seu momento. Nem as mais doces histórias interromperiam o toque que a água lhe seria. Nem um só som mudaria o silêncio e a paz desta chuva.
Abre e sente. Molha seus cabelos e umedece o corpo até amolecer a alma. Fecha os olhos. Não existe mais mundo. Só os seus sentidos e a chuva. Sente o derreter da solidão, o desaguar de si. O carinho. A chuva e o amor.
E agora percebe como é incrível ser um conjunto de tudo isso. Um conjunto de secura e umidade, um conjunto de alma que esfria o corpo. Um conjunto de corpo que esquenta a alma. Um misturar de si com a chuva.
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Ah...fui indicada lá no Entre Vistas (http://entrevistasvirtuais.blogspot.com/) ...
domingo, 20 de abril de 2008
Suposta indiferença
Avisto-te ao longe. Olho pra cá, me pergunto se deixo esse silêncio persistir. Sabe que não existe nada mesmo nesse ar que respiramos. E já te disse isso. Mas no coração pulsa uma incerteza latente do todo que fora dito. Do todo que fora assumido. E de volta tenho a dúvida: qual é o problema, então? O problema não é você e nem eles. Nenhum deles. Nenhum de vocês. O problema insiste em morar comigo, meu amigo. Mora comigo. Mora aqui essa síndrome, esses não- resolvidos-sentimentos.
Então não falo. Não pergunto. Não cumprimento. Passo de largo, e olho pra cima, olho de lado, pra baixo, menos pra você. Pode ser pedante ao seu ver, mas saiba que é fruto de uma incerteza paciente que não foge daqui, uma angústia cruel de assumir te conhecer, de assumir conhecer o amor. De admitir minha identidade. Passo de largo. Não te vi. Será que você me viu?
Será que logo você que é tão cheio de si, tão resolvido, que mora tão longe dessas incertezas, desses não-resolvidos, será que você alguma vez já passou de largo? Será que você entende o que é esse passo que se mostra tão indiferente?
Você vê, você pega, você vive. Sabe o que pensa, você é realista. Você passa, cumprimenta e espera. Espera a resposta. Você espera. Mas não te conheci. Não te vi.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Campanha contra o analfabetismo!
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Silêncio...
Sentimentos meus tão íntimos são tentados a se exporem, mas essas maldosas palavras que estremecem qualquer ser pensante, os sufoca. Sentimentos esses que continuam ali, vivos, se enrijecendo, se petrificando. Petrificam-se por não se exporem, por não se posicionarem de uma vez por todas, por não refazerem-se através da oralidade. Antes, fazem mal a si próprios numa ilusão insana de engrandecer o poder dessas palavras, de exaltá-las na sua crueldade. Quanta auto-piedade!
Cruéis palavras que são tão minhas quanto esses auto-piedosos que parecem inexprimíveis sentimentos.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Reencontro
Admito que fracassei. Fracassei ao tentar decifrar esse meu sentimento a você. E não poderia persistir na tentativa, não poderia. Você veio quando soou minhas badaladas, quando a areia branquinha daquela minha ampulheta deslizou-se por completo e anunciou o momento. O momento da minha desistência, o momento que dei conta do meu cansaço. E você percebeu essa areia, ouviu as badaladas. Você atendeu... você está aqui!
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Junção única de vida
Que diferença fará?
É a própria vida...
Juntam-se, então, meus desconhecidos,
Meus não-limitados em palavras,
Meus experimentados em um pulsar,
Juntam-se, e o são!São vida!
É só MINHA!
quinta-feira, 27 de março de 2008
Presente de flor
Abriu a caixinha de música e ouviu aquela canção doce enquanto escolhia seus brincos. Aquela canção se tornou única, se tornou tema. Ele talvez nunca saberia disso, mas como ela a ouvira hoje, e tudo o que vivesse hoje, a marcaria para sempre. Nem sabia se existia letra nesse chiado de música, mas aos seus ouvidos soava como bela o suficiente para desenhar-lhe um sorriso. Os brincos eram harmoniosos com o seu conjunto de delicadeza, e a conferiam um brilho doce, um sorriso bonito. O perfume era a fragância colhida das flores. O hidratante amaciava aquela pele nova e viva. Abriu a gaveta dos sapatos, e, depois de muito procurar, conseguiu encontrar exatamente o que precisava: sapatos delicados e seguros, capazes de ajudá-la nesse caminho de ansiedade, caminho de vontade de chegar, caminho que a levaria até ele. Não bastava todo o preparo sem a caminhada, precisava prosseguir. Pois, havia acordado só pra levar até ele aquela flor.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Corpo de menina
Mas, ainda assim, havia amor. Amavam tanto essa mulher triste. Amavam-na e pronto. Queriam apenas a garantia de tê-la por perto, de vê-la sorrir. Amavam-na com o amor mais puro. Amavam-na como uma flor, e a tratavam assim, com delicadeza, com leveza, como menina. Ainda viam aquela menina que brincava com as borboletas e os passarinhos, a que trazia mel e gostava de cuidar das plantas. Lembravam com esperança da menina. Lembravam da mulher que cuidava da sua casa com carinho, que tinha gosto pela vida. Acreditavam que podia ter de volta o brilho dos olhos e da pele, a luz dos cabelos, o riso solto e genuíno. Ter de volta o antigo corpo de menina, o corpo que exalava vida.
Ela também tinha boas lembranças de si. E sentia todo esse clima de amor, sentia toda a áurea de paz que a cercavam. Percebia a sensibilidade e o cuidado dos que a amavam.
Mas o barulho vinha de dentro, e era ensurdecedor. O amor que inexistia era o seu próprio.
Precisava, urgentemente, deixar vir a cura.... deixar o amor vir para dentro, vir para si.
Mas enquanto não se abrisse para isto.... o barulho continuava, o corpo prosseguia gritando. E seu corpo de menina ficava cada vez mais distante.
terça-feira, 11 de março de 2008
Caminhada
Não mais.
Não porque não tenha andado por ali
Andou e andou muito.
Olha pra trás e vê muitos vestígios
Passos firmes que um dia foram seus,
Passos de marcha,
Sim, ele já marchou um dia.
Agora não há passos,
As pegadas sumiram
Não há pés no chão
Não há chão
Há areia, e ela se mostra,
É movediça
Os passos agora afundam
Não mais pegadas.
Anda mais forte
Na tentativa de sair do instável,
Do chão que se fez seu,
E o desespero é latente.
O coração palpita.
.... Respira fundo e tenta se acalmar...
Observa, analisa
O chão
Percebe que fez o chão
Fez ser, assim, areia
Areia que se move.
Lembrou da marcha
Lembrou do ontem firme
Do chão seguro
Lembrou profundamente triste... não há mais chão!
Mas viu no espelho
Seus pés, suas sandálias
Os companheiros de marcha
Não o haviam deixado.
E ela também veio a sua mente
Ela que persistia em percorrer todo esse caminho ao seu lado
Ela que marchara com ele
Ela que o enchera de coragem
Ele a havia abandonado
E afundara.
Ela ainda batia na porta do peito,
Calmamente:
- Existe um lugar pra mim?
Ele ao cair em si, agora a vê tão perto, tão linda:
- Entre. Sempre existiu esse quarto aqui para você!
Não há chão ainda,
Mas não se afoga mais
A Esperança agora está no quarto
Reacendeu ali o amor,
Amor pela vida,
Amor pelas suas pegadas
Ele quer intensamente andar, quer viver!
sábado, 1 de março de 2008
Multidão
E se juntava em multidão
E se formava a multidão!
Mas nenhum ali se via como multidão
Estava ali, mas se via só
E o era assim
A multidão mais multidão já vista:
Multidão de sozinhos, multidão interior
Uma multidão de pensamentos que seguiam o fluxo
Que prosseguiam no seu “traçado” destino
Que se moviam ao vento
Pois não há outro que a impulsionasse
Apenas caminhava
Em lentos passos.
Lentos conformados, lentos acomodados
Lentos pés que ainda andavam.
Ainda a andança, porque ainda havia vento,
E mesmo aos domingos, o vento não parava.
E engraçado é que a multidão,
A que concretamente tinha pernas,
Já havia parado de andar há muito tempo!
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Música alta!
Tanto que nem me ouço...
Tão forte que esqueço a fraqueza..
E o ritmo me contagia...
Nem vejo meu descompasso
Nem percebo meu medo de errar o passo
E ele nem existe mais ....
Não lembro de passos
Só faço... só me gingo.
E faço o meu passo.
Então eu posso chamá-lo de qualquer coisa que quiser
Porque é bem meu.
E nem tem ninguém pra ver
Você, meu passo, meu gingo, meu mimo
Você, que diz de mim, do meu jeito
Do meu olhar e das minhas vistas
A você, que quero me entregar
E soltar,
Levar leve...
Saltitar suave
E vislumbrar docemente
Muito ritmo, muita dança, muita esperança e
Muito riso..... no meu passo, meu mimo de vida!
ELES e "a gente"
- Então a gente se consola
A gente brinca e pode brincar
A gente se diverte e se encontra
A gente se cria e remonta
A gente pode ser a gente
A gente pode mudar de cara
A gente quer ser diferente
Pode ter a cor que a gente sente!
Mas me responde...e ELES?
ELES só podem aprender com a gente!
-Será?
-Acho que podem sim. Com o tempo, eles aprendem a aprender com a gente.
-Sei não. Eles me parecem bem satisfeitos.
-Ah.. mas são só ELES. Num falo apenas do pronome não, pois, ser ELES, nunca é bom. Acredite!
-É. Talvez você tenha razão, mas ainda acho que eles não estão querendo saber de "a gente". E quem disse que não somos ELES?
-ELES????? Não, não, meu caro. Sabemos que somos só "a gente", a boa gente, a de descendência de Pedro Álvares Cabral. O máximo que podemos trocar aqui são ensinamentos, vindo de nossa parte. Sabe por que? Porque pegar chuva não é bom não! E olha como eles fazem, se lambuzam dela! Nós temos guarda-chuva, vamos mostrá-los como se vive! Enquanto caminham pelas praias, nós temos os carros. Sabemos da vida. Sabemos de viver. Enquanto eles plantam e colhem, compramos enlatados. Eles ainda cuidam do ambiente, cuidam da vida. Nós já sabemos do Aquecimento global, nós crescemos na ciência. Eles acreditam no amor, e olhe para nós. Nós já sobrevivemos a Duas Grande Guerras. Sabemos, meu caro, que o amor não existe mais em nós. Sabemos da nossa pagã realidade. Vivemos a liberdade!
Eles ainda acreditam no casamento. Nós já nos decepcionamos bastante, crescemos, evoluimos, não somos presos a isso. Não precisamos de compromissos. Eles, acima de tudo, ainda têm esperança....e veja no espelho. Veja o que de nós resta! Resta-nos apenas o presente! E vivamos o presente.... quem se importa com o que virá amanhã?
-ELES!!!! ELES se importam!
-ELES. Viu? Agora você entende, meu caro, não são só ELES. São os ELES mais diferentes da gente que já conheci. E ainda me privam de chamá-los de loucos! ELES precisam aprender!E aprender com "a gente"!
( e o outro pensa, mas só pensa:" ainda acho que quem são ELES é a gente!")
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Ganhei mais alguns selinhos.... do meu amigo Zy!!! Muito obrigada pela homenagem...
Dedico a:
Alberto, de Meu telescópio,
Fernando (Butiá), de Paraíso Perdido,
Ju, de Quintal de cores,
Rafael, de Mia Geodésica,
Lucas(meu amigo lindo), de Lucania.
Agradeço muito, muito aos meus amigos do coração:
Filipe (O mundo de sofisma) e Fernando Lee! Obrigada pelo incentivo a continuar a escrever e pela amizade tão real e verdadeira que temos! Amo vocês!
Ah.. espero que tenham gostado da minha nova cara! :)
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Aquele par de brincos
Era noite,
Escolheu os brincos,
Os mais lindos.
E eles reavivaram sua alma.
De olhá-los, o brilho voltou
Para esse par de olhos.
E aquele par de brincos a fez lembrar do amor.
Reacendeu o que amava.
E se lembrou.
Lembrou-se do dia que o sol brilhou
Para aquele par de mãos dadas
Aquele par de amigos
De irmãos,
De unidos, de amor.
Lembrou-se de quando os recebeu
De quando recebeu os brincos,
E da quantidade de carinho
com que foram escolhidos.
Eles ainda brilhavam
Pedras tão reluzentes
que trouxeram de volta
aquela tarde de escolhas,
aquela que fora tão quente.
Foi se arrumar e se lembrou
Agora não quer mais esquecer.
Nunca mais.
Daquele par de brincos e daquele seu par de amor.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Meu mundo azul
Em algum outro lugar
Um lugar irreal
Onde tudo pode ser...
E nada, nada é.
Nada concreto.
Jogo de imagens
Imagens.... pessoas
Que se imaginam
Que se sonham
E se idealizam...
Um lugar onde não há carne e osso
Onde há reflexos
Um lugar aqui
Como eu queira...
As pessoas são
O sonho de mim
Não vivo do que é vivo
E caio alto
Caio profundo
Mergulho ilusão.
A realidade me olha distante
E eu insisto: não!
Prefiro meu mundo que é azul
Onde gente não precisa ter carne nem osso
Onde gente pode ter muito bom gosto
E ser do melhor jeito que se tem de ser.
E continuo a avistar,
A terra...
E penso: Quando meu mundo azul tiver fim...
Será que aí então viverei?
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Pena leve
E que pena!
Leve, porque a usei...
Leve e calma porque sei que, com tinta, sai cor.
Sai sangue,
E escorre.
Escorre alívio e cura
Traz paz e calmaria.
É uma pena...
Não a ter usado antes..
Se dela posso me esvair
E dizer...
E fazer brotar o novo
E (des)cobrir-me....
É a ela que me apego
E que apego! Não a deixo.
Meu novo lugar! Que pode ser real!
Que não precisa ser em vão...
Que me entende,
Meu lugar que me traduz e me decifra.
Meu lugar, minha pena!
Pena, não todos terem essa pena.
Que realmente tem aliviado o meu penar!
Pensando e ensinando
E pensei muito mesmo.
Um turbilhão de coisas.
Uma tempestade de pessoas.
Uma imensidão de sentimentos.
É. Daqueles mesmos.
- Quais?
- Dos que não tem fim, dos que não conhecem o raiar do sol, dos que não sabem que a noite termina e, aliás, nunca nem perceberam a existência dessas palavras. Conhecem só outras, outras bem diferentes.
-Sei, sei.
- Você as conhece?
- Quem mesmo?
- Essa profundeza de coisa... essa estranheza de coisa, essa enorme pobreza... que não tem fim.
- Hum..acho que já ouvi falar sim.
- Quem te disse?
(pausa e silêncio)
- Hein? Quem te disse delas?
- Ah.. num sei. Acho que você mesmo. Num foi você, não?
- Unff.... eu???
- É.
-Mas é claro que fui eu. Eu estou falando agora!
- Se sabe pra que pergunta?
- Quero saber se entende o meu desabafar.
- Ahn.... mas isso é um desabafar? Ninguém me avisou.
- Tá vendo como você é. Você não entende de coisas sem fim. Você não entende porque nunca as viu, nunca as sentiu, nunca as presenciou. E sabe? Pra mim elas são tão reais, mas tão reais, que as alcanço, que as concretizo, que as vejo.
- Vê?? Mas não eram sentimentos agora a pouco?
- Você não percebe mesmo. (com ar de tristeza)
- É? Você acha que não percebo?
- Acho que não.
- Queria perceber...(triste) queria saber. Me ensina?
- Só estou falando do que sinto. E pra isso não tem regra não. Abra a boca e tente com seu mais aguçado sentido descrever o que tem ai dentro. E se ninguém entender.... no fim você tirará sua conclusão.
- Então se eu falar eu vou conseguir entender de sentimento e de coração?
- Não disse isso.
- Não?
- Não. No fim de tudo, terás vivido o que sentes com a mais pura sinceridade, com a mais apurada vontade de enxergar melhor, de ter vida e de trazê-la para o mais perto de ti, para dentro. Não se preocupe em como exalar tuas palavras... pois se assim fizeres, sairá sim a mais bela canção. E os poetas não são aqueles que entendem de coração e de sentimento. Poetas são aqueles que assumem não entender-se, são os sinceros, são os amantes, são os que buscam a vida e a traz para as palavras. Eles vivem no quadrado de si, mas dedilham doces sons que se vão com o vento e transmitem, expressam seus quadrados mais intensos em dias mais bonitos ou mais tristes. Esses são os poetas.
Meus sentidos
Ouço,
Farejo,
Vejo,
Percebo, então,
O quanto, o tanto...
Estou vazia
E não agradeço...
O quanto sou falha
E só falo...
O quanto não faço
Não mereço...
Fujo de me despir
Fujo de mim
Não quero ver
E me ater
A me perceber
Que o falar seja de outro
Que o exalar venha de outros
Que a exposição seja do outro.
E me rendo a minha própria armadilha
Não resisto
Não faço, mais uma vez
Não grito, de novo
Não falo,
Não quero,
Não exalo,
Não mudo.
Não sou...
Mais uma vez.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Porta fechada
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Aninha e Alfredo
Alfredo sabia, e sabia muitas coisas. Sabia que o sol poderia ser da cor que ele quisesse, ele conhecia o céu, ele gostava da calmaria das tardes de chuva. Sabia como aproveitá-las. Para ele a vida era demais, a vida tinha vida, cor e canção. Muita canção. E melodia gostosa. Amigos eram irmãos muito queridos. Que soletravam juntos o significado esperançoso do futuro. Que sonhavam juntos em viajar pelo mundo. Que sofriam, tinham conflitos mas os superavam com uma disposição gingante de cuidar da pérola da vida, do motivo da existência. Ele sabia.... sabia sobre o amor! Ele se amava e amava a vida! O amor deixava seus dias melhores, o amor o transformava em dançarino. Dançarino bem ritmado!
#
Um encontro de dois mundos aconteceu.
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Despedida e desencontro se sucedeu.
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Despediu-se do cinza: agora, para Aninha, o sol pode ser colorido e gosta de imaginar as cores que ele pode ter. Há sim motivos para se rir da vida.
E desencontrou-se da sabedoria: Alfredo desaprendeu a aproveitar as tardes de chuva. Não gosta mais delas.
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Encontraram-se na vida e mudaram de rumo, mudaram de alma.
Traduziram, então, o que significava relacionar. E entenderam o caminhar de mãos dadas. O caminhar de dois mundos.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Queria saber...
Como seria se não acordásssemos com os passarinhos e se a música fosse apenas uma imaginação e não mais que isso? Queria saber se sobreviveríamos....
Se um por cento de mim fosse um por cento de outro, onde será que eu estaria? Queria mesmo saber....
Como seria a vida se o vento não existisse, se as cores não existissem, se a luz não iluminasse?
Queria saber, se um dedo da vida não fosse como é, para que lado o mundo então giraria.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Culpa e redenção
E que o que plantei tenha que ser por mim mesma colhido
A última coisa que quero é ver o meu final
É ter o que eu mereço
E levar o que foi pra mim prometido.
Não quero viver pra ver como será
O dia em que eu pagarei
Por tudo que um dia fiz
E por tudo que deixei de fazer....
Cabisbaixa
Não prossigo.
Não há força....
[Silêncio]
De repente percebo...
Uma luz no alto
Que ilumina
Além do que digo ser!
E reflito muda....
Mudo tudo...
O erro existiu
E existe
O iluminar me trouxe luz
E agora há consciência: não há aqui perfeição!
Agarro-me a certezas que me são forças
A certeza de prosseguir..tentando
De prosseguir com esperança
Prossigo agora, então.
Posso perceber...Meu redentor age!
Tenho bastante espaço pra Ele agir...
Não preciso fingir
Ele sabe que não há aqui perfeição!
E é por isso que há para Ele um lugar, uma função....
E muito trabalho!
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Gratidão
Analisando algumas coisas banais e fúteis (tanto que nem merecem ser citadas) me vi refletindo sobre a minha vida. E tenho a impressão de ser assim mesmo: são as situações um tanto comuns, rotineiras e talvez até banais que nos levam a uma profunda reflexão.
Voltar prosseguindo
Mudando de rumo
E voltando no caminho
Antes voltar que o prosseguir fora do rumo,
Que o persistir no inseguro,
Que se afasta cada vez mais do prumo.
Volto com a esperança
De trilhar de novo o caminho da segurança
Buscando o renovo
Que vem do alto
Prossigo, voltando.
Prossigo
Buscando o lugar
Que é meu
Que se fez meu.
Sem mais expectativas enganosas
Sem mais desencanto sobre o que vivo
Não mais o sonho,
Realidade.
Viver e reviver o que se fez real
Longe do mágico da minha cabeça
Me jogo no cinza
E agora, consigo distinguir o preto do branco
Ao olhar de frente
Tudo o que agora assumo
Meu mundo que se desaba
Para que outro se reconstrua
Nesse meu retorno.
Voltar e deixar para trás
Prosseguir voltando
Isso é dor e amor
Gosto e dissabor
Uma mistura,
Amarga e doce
Que me contrói em ser misturado humano.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Ela ouviu adeus...
E está confusão
Daquelas que deseja alguém por perto
Aquele exato alguém
Que a pode acalmar
Que a tem sem saber
Que a esmaga mesmo sem querer
Que a entristece sem estar
Que a esvazia só de a deixar
Que a enfraquece por não dizer
E os seus sonhos faz-se ir com o vento
E os seus desejos se tornam em angústia e sofrimento
O seu amor se acumula em mágoa
E sua mágoa seca o seu viver
Que vive erradamente por alguém
Alguém que se esquece....
E ela prossegue odiando
Odiando o fato de não conseguir nem por um segundo esquecer
Não tão fácil assim
Queria que só ele existisse
Mas queria que não a tivesse conquistado
Queria que o seu amor fosse por ela desprezado
Já que ele quem quis primeiro
Ele que sentiu algo dito verdadeiro
Ele que a quis assim
E agora que quem o quer é ela
Ele se vai
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Beleza
Para o belo, não basta ter poesia
Tem que ter mais
Tem que ser mais
Porque o belo não é tão estampado assim
É pra quem enxerga o que não existe
É pra quem constrói
Onde está destruído
E vê o minúsculo
Virar maiúsculo
Dá uma cambalhota
Remonta, reconstrói, refaz
Reinventa,... repete...
De novo,
E de novo,
E tenta!
Tem muito do procurar,
Também do se encontrar
No outro
Que é do outro
Não seu, o seu eu!
Ter o belo é ser
e aí a gente volta, de novo, pra aquilo do :
Ter (re)lutando com o ser
O ser humano é, de novo,
Alguém que repete
Que tenta e que faz
pra ser e ter o belo
Mas o que é tudo isso afinal?
A vida
Que é bela
Pelos meus olhos!