Ouço,
Farejo,
Vejo,
Percebo, então,
O quanto, o tanto...
Estou vazia
E não agradeço...
O quanto sou falha
E só falo...
O quanto não faço
Não mereço...
Fujo de me despir
Fujo de mim
Não quero ver
E me ater
A me perceber
Que o falar seja de outro
Que o exalar venha de outros
Que a exposição seja do outro.
E me rendo a minha própria armadilha
Não resisto
Não faço, mais uma vez
Não grito, de novo
Não falo,
Não quero,
Não exalo,
Não mudo.
Não sou...
Mais uma vez.
4 comentários:
Filipe...
Promessa cumprida!!rs...
bjos!
Gostei, Bárbara, é bom ler seus versos. Desses gostei bastante. Vc deve perceber, pelos meus textos, que tb partilho mto dessa dor de não conseguir ser eu mesmo.
beijo!
Muito bom! suas rimas são ricas e tem um tom de leveza que dá uma sensação de paz,mesmo o texto falando de desarmonia. interessantissimo! abraço!
Renunciar-se a si mesmo, olhar no espelho e ver-se sepulcro caiado, vazio, sedento com urgência de Deus, não é algo fácil. Muitas vezes a carne, a vida, as coisas do mundo nos tentam a a buscar a realização dos NOSSOS desejos e, por isso, deixamos de exalar o verdadeiro perfume, de ser sal e luz.
É difícil, mas não impossível. Amei toda essa sinestesia! Bjos!
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