quarta-feira, 4 de maio de 2011

Êta vida besta, meu Deus!

Imagem: http://flanancias.blogspot.com/search?updated-max=2010-11-25T14%3A33%3A00-02%3A00&max-results=4 

Confesso: meu gosto pelo pequeno é maior que eu mesmo. Ainda que minha estatura não seja tão baixa assim. É que meu incômodo com o esplendoroso às vezes me acanha. Sim, prefiro poder comprar fiado e dizer “bom dia” para os senhores da esquina. O sabor de ser reconhecida como “nova por aqui” é típico das ruas simples e da mesmice de um lugar tão acostumado consigo mesmo.

Pode ser estranho, mas aqui quem atende é o dono da mercearia que ainda soma na velha calculadora que faz aquele barulho estranho, nada digital.

Não precisa ter medo, a calmaria e o silêncio noturno podem te fazer estremecer, mas logo, logo você irá perceber os velhos já foram dormir, algumas mães lêem, alguns pais também. Outros assistem tv e contam histórias. É apenas sinal de que o dia está no fim e o descanso chegou. A paz é absoluta e pode ser confundida. Percebe a ausência?

*Êta vida besta, meu Deus é uma expressão utilizada por Carlos Drummond de Andrade em seu poema Cidadezinha Qualquer(1930)