terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Meus sentidos


Ouço,

Farejo,

Vejo,

Percebo, então,

O quanto, o tanto...

Estou vazia

E não agradeço...

O quanto sou falha

E só falo...

O quanto não faço

Não mereço...


Fujo de me despir

Fujo de mim

Não quero ver

E me ater

A me perceber

Que o falar seja de outro

Que o exalar venha de outros

Que a exposição seja do outro.


E me rendo a minha própria armadilha

Não resisto

Não faço, mais uma vez

Não grito, de novo

Não falo,

Não quero,

Não exalo,

Não mudo.


Não sou...

Mais uma vez.

4 comentários:

Bárbara Matias disse...

Filipe...
Promessa cumprida!!rs...

bjos!

Filipe Garcia disse...

Gostei, Bárbara, é bom ler seus versos. Desses gostei bastante. Vc deve perceber, pelos meus textos, que tb partilho mto dessa dor de não conseguir ser eu mesmo.

beijo!

Fernando Locke disse...

Muito bom! suas rimas são ricas e tem um tom de leveza que dá uma sensação de paz,mesmo o texto falando de desarmonia. interessantissimo! abraço!

Renato Ziggy disse...

Renunciar-se a si mesmo, olhar no espelho e ver-se sepulcro caiado, vazio, sedento com urgência de Deus, não é algo fácil. Muitas vezes a carne, a vida, as coisas do mundo nos tentam a a buscar a realização dos NOSSOS desejos e, por isso, deixamos de exalar o verdadeiro perfume, de ser sal e luz.

É difícil, mas não impossível. Amei toda essa sinestesia! Bjos!