sábado, 18 de outubro de 2008

Transeuntes terrestres


Tem dias que andando em meio a um ensurdecedor barulho de carros, pessoas, numa movimentação só, nosso ser se vê no ritmo do lado de fora. No ritmo da rotina da cidade. E andando em meio a um turbilhão de pensamentos que compõem um cenário de um terrível trânsito interno, como o de SP.
A gente respira fundo, pára e solta o ar como que expelindo todos esses pensamentos. Mas não resolve.
Daí alguns passos você atravessa a rua, mira o alvo e a direção em que se atirará. Mas que ingenuidade! Ter de volta seu destino não te livra do trânsito, não desse tipo de trânsito.
Então, se vê sacudindo os pensamentos de olhos fechados. Abre os olhos e nisso tudo passaram-se apenas segundos. Só te sobra dar uma risada de canto quando percebe a inocência de querer espantá-los com um movimento mais brusco da cabeça.
- Não! Não resolve! – sussurra pra si mesmo.
Ninguém na rua notou esse seu piscar de olhos e essa sua tentativa de esquiva. Afinal de contas os humanos são tão iguais que se parecem até no fato de não se enxergarem no outro. Ninguém nessa Terra imagina que o ser que respira e corre do mesmo lado que você na calçada, também chacoalha as idéias e tenta esquecer qualquer coisa que perturbe seu sonho, seu sono.

4 comentários:

Filipe Garcia disse...

Oi Bárbara,

suas metáforas sempre remetem à condição humana que é se encontrar sozinho ante nossos problemas. Problemas que parecem tão nossos porque ninguém parece sofrer mais que a gente. E esse trânsito são as dúvidas, o passado que atormenta, as dores que insistem em latejar, o conflito interno. Não sei se para tal engarrafamento existe solução. É mania nossa entulhar o interior de coisas.

Gostei do seu texto, de verdade. Palavras humanas, como sempre.

Beijo

GB Silva disse...

Eu já acho que respirar fundo ajuda!
rs
Bjos, querida

lucas rolim disse...

De vez em quando me pego pensando nisso, acredita? nessas coisas de seres humanos que não se enchergam no outro, em homens e mulheres que são levados pela correnteza de seus trânsitos...
mas em relação aos suspiros acredito que eles resolvam tbm... juntando os pensamentos, imagino que se todos os seres humanos percebessem quão bom é parar, suspirar, sacudir as idéias, e fizessem essas coisas, todos em uníssono, nossos transitos seriam acometidos por um imenso furacão, que levaria toda a rotina de nosso não se preocupar com o suspiro do outro... acho que seriamos mais humanos.


Bjus

Alberto Vieira disse...

Nossa BArbara.

eu tenho dificildade de entender seus textos..

Nao sei pq!r rss
-

É complexo demais pra mim...

-

Lendo so comentarios entendi melhor!

bj