quinta-feira, 1 de julho de 2021

Mensagem de fé em Cristo: o que você precisa está aqui

 É difícil entender como alguém pode ler muito do Novo Testamento e não entender que a fé em Cristo é parte integrante de se tornar um cristão. Alguns, porém, negam que seja. Pareceria quase supérfluo estabelecer que a fé é necessária para o plano divino de redenção, especialmente porque a Bíblia afirma explicitamente que não se pode agradar a Deus sem ela (Hb 11: 6).


Ter fé em Cristo é essencial antes de alguém ter o direito de se tornar um filho de Deus (João 1:12), é uma condição para a esperança da vida eterna (João 3: 15-16), e aqueles que se recusam a acreditar são claramente em um estado de condenação (Jo. 3:18; 8:24).


Sem dúvida, a crença é um conceito teológico central no Novo Testamento e que representa “o relacionamento correto com Deus e, em última análise, a essência da própria religião cristã” (Balz & Schneider 1993, 92).

A Natureza da Fé em Cristo

Uma questão de maior controvérsia dentro da comunidade religiosa é a natureza da fé em Jesus. Muitos aparentemente nutrem a ilusão de que a fé redentora é meramente uma disposição voluntária para confiar em Cristo como seu Salvador, independente de quaisquer atos posteriores de obediência.


Essa noção é totalmente estranha à verdade. Vamos explorar o verdadeiro significado da fé no Novo Testamento.


Primeiro, a fé envolve uma convicção baseada em evidências . Em nenhum lugar a Bíblia sugere que alguém dê um salto cego na fé sem evidências adequadas. Quando Paulo começou a proclamar Cristo, após sua conversão, ele começou a provar que Jesus era o Messias com base em evidências históricas sólidas (Atos 9:22).


Nossa própria fé está ancorada na credibilidade do registro bíblico, que é comprovado por amplas evidências. 


Em segundo lugar, uma vez que alguém chega à convicção de que Cristo é o Filho de Deus (com as várias verdades que acompanham isso), ele genuinamente deve estar disposto a confiar no Salvador para a salvação que só ele pode efetuar.


Nenhuma pessoa com uma noção do conhecimento bíblico afirmaria que o homem tem uma capacidade inata de produzir sua própria redenção. 


Terceiro, o Novo Testamento indica claramente que a fé em Cristo envolve muito mais do que ter uma convicção a respeito do Senhor, ou mesmo a disposição de confiar nele. A fé também envolve submeter-se à vontade divina em obediência aos requisitos do céu.

Fé em ação

A fé é uma palavra de ação. Quando Jesus estava em Cafarnaum, as multidões o pressionaram tanto que alguns que procuravam sua presença não conseguiram ter acesso. Quatro homens trouxeram um amigo paralítico. Eles subiram até o telhado da casa onde Cristo estava ensinando e baixaram seu companheiro pelo teto.

Significativamente, Marcos diz: “E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados” (Marcos 2: 5).

O que Cristo viu? Ele literalmente viu a ação desses homens (incluindo o doente que obviamente endossou a atividade). Mas a ação é chamada de fé.

Na mesma linha, Tiago desafiou: “Mostra-me a tua fé sem as tuas obras e eu pelas minhas obras te mostrarei a minha fé” (Tia. 2:18).


Fé e obediência


João 3:16 é talvez o versículo mais conhecido da Bíblia, mas é um dos mais mal compreendidos. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”


“Crer” nesta passagem inclui obediência ou a exclui? Uma comparação deste versículo com Hebreus 5: 9 revela que o primeiro é o caso. Em João 3:16, crer resulta em vida eterna . Em Hebreus 5: 9, a salvação eterna é prometida àqueles que lhe obedecem. Deve ficar claro que a crença que salva é aquela que obedece. 


Ter fé em Cristo é um selo que possuímos em nossa vida cristã. Ela nos prepara para vivermos ligados a Deus. A fé também nos move a praticar a mensagem do evangelho para vivermos em obediência à Deus. 

 

Texto inspirado na leitura de Wayne Jackson.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Êta vida besta, meu Deus!

Imagem: http://flanancias.blogspot.com/search?updated-max=2010-11-25T14%3A33%3A00-02%3A00&max-results=4 

Confesso: meu gosto pelo pequeno é maior que eu mesmo. Ainda que minha estatura não seja tão baixa assim. É que meu incômodo com o esplendoroso às vezes me acanha. Sim, prefiro poder comprar fiado e dizer “bom dia” para os senhores da esquina. O sabor de ser reconhecida como “nova por aqui” é típico das ruas simples e da mesmice de um lugar tão acostumado consigo mesmo.

Pode ser estranho, mas aqui quem atende é o dono da mercearia que ainda soma na velha calculadora que faz aquele barulho estranho, nada digital.

Não precisa ter medo, a calmaria e o silêncio noturno podem te fazer estremecer, mas logo, logo você irá perceber os velhos já foram dormir, algumas mães lêem, alguns pais também. Outros assistem tv e contam histórias. É apenas sinal de que o dia está no fim e o descanso chegou. A paz é absoluta e pode ser confundida. Percebe a ausência?

*Êta vida besta, meu Deus é uma expressão utilizada por Carlos Drummond de Andrade em seu poema Cidadezinha Qualquer(1930)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sobre ele


Depois desses dias,

dias-meses,

meses-vida,

posso dizer, confiante:

Acredito.

O amor não é ilusão!

Amor é amor. E só.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Talvez


O repetir parece a única saída
não me extravio do clichê
Há saída?
As palavras não alcançam...
Talvez
apenas na nossa linguagem...
Talvez a sutileza do enlace das mãos,
a completude do encontro dos olhares,
Talvez a cumplicidade dos nossos passos,
a companhia constante da paz,
O abraço íntimo da felicidade,
Talvez a liberdade do nosso começo
a promessa do nosso horizonte,
a certeza do palpitar no peito...

Talvez...
Talvez...
Talvez, caiba então, dizer do meu amor!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sumiço



Palavra conhecida por mim: Sumi!


Sumi por diversas razões.


Apareci por diversas razões.


Hilário.


Aqui, não.


Perdões: "A vida é um drama, meu bem"


____________________________________________

Depois de muito tempo, finalmente retorno! Acho q as palavras acima resumem isso. =)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Em mim



"Retirei-me um pouco do mundo
Vim aqui me ver no espelho
A falta alcançou meu peito:
- Olá! Alguma coisa mudou?
- Ah.. Conheci um... Vivi vários...
É.. me desculpe, falta-me palavras. Não sei explicar.
Sei sentir, embora nao possa medir
É mais que melancolia
Não é aquela tristeza fria
Não me abate a alma
e nem escurece as vistas
É que a minha felicidade apareceu de repente
Veio e me fez sorridente.
- Sinto sua falta.
embora te veja em todos os lugares
embora sua vivacidade esteja latejante em meu peito,
emboras..."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Para você


O relógio conta um pouco afobado
a vinda de você
e eu me contendo nos passos
Mas a pressa me invade
E a areia dessa praia esbranquiça,
se dissipa.
Que mar revolto!
Que lua murcha!
Onde se foram as estrelas?
Até meu céu respira a urgência...
Amar e querer.
Tenho em mim a mais nobre saudade!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Eu mesmo, mesmo eu?


Cansei de alguma coisa que se repetiu
Não sei dizer, mamãe, se é esse cheiro
Não sei dizer se são os gestos
Sei que cansei, mamãe.
Cansei da meiguice a mim cuspida
Cansei da monotonia
Cansei dos mesmos problemas
Cansei, mamãe, da mesmice das lágrimas
Cansei até de cansar
Cansei de esperar,
De querer.

Ah.. cansei.
Não sei, mamãe, o que isso significa
Mal sei contar meus dedinhos do pé
Mas sei sim, mamãe,
não sou qualquer filhinho
Não sou o mesmo do último...
olha pra mim mamãe, sou único.
pára de me tratar, de novo,
como o mesmo:
Eu não gosto mais de rosa!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sobre amizades

Dor que dói em mim,
Afinal é tão minha assim?
Não, não...
essa dor é de outrem.
O que te abate então, coração?
O gostar de doídos,
Doloridos doidos
Que agora choram.
- É que sofri...
tão junto contigo,
- E agora... (respiro)
o meu sangra também.
- E agora? (prefiro)
Agora consigo ver-te nos olhos
E amar-te ainda.
Sim, eu também choro.
Tento entender seus motivos:
"Distanciei-me por não saber amar."
Vácuo nosso...
- Alguém sabe amar?
Vc não merece amor?
Porque se condena a tanto?
Quis perguntar-te se merecia o meu.
" O amor não existe"
- Amor não se agradece.
Não tive o que responder hoje, lembra?
Não pude agradecer e nem retribuir.
Silenciei-me sincera,
Abri-me: já te amo.
Não há fuga,
não há resposta
Não me agradeça
Não é pela retribuição.
"A vida faz essas coisas."

Posso pedir para começar a amar-se?
- Posso te pedir uma coisa?
Procure o que é que haja em você que te faça especial.

É que a felicidade dá medo, mas está muito ao nosso alcance.
E ela - essa felicidade bonita- é a que mais te deseja.
Entregue-se a ela, menina!
E se ame de verdade.
- Seu riso pode vir de dentro, acredite!

E o amor? Ah.. ele existe aqui sim.
- Pode nomeá-lo diferente, se você o tiver em si.
Mas permita-se amar ...
Queria te dizer para usar apenas a tecnologia.

sábado, 15 de novembro de 2008

Sobre disposição


Andei pelo lado errado da rua. E machuquei-me no buraco que por ali havia. Sofri e surpreendi-me com tamanha disposição. É... acho que era disposição o que havia me mim. Sofri por instantes. O mundo não desabou, meus tetos não ruíram e não havia lentas músicas sórdidas, com um tom de psicodelia, rock depressivo ou desespero. Minha face não se desmanchou em cores nebulosas. Minhas vistas não ficaram escuras e meu peito não doeu latente. Não contorci-me em lágrimas, não desaguei-me, não desejei a morte. Não arranquei minhas flores, apenas limpei meu vestido. Não atirei-lhe meus sapatos e nem cuspi-lhe palavras. Não praguejei todos os dias que vivi acreditando que chegaria a felicidade. Praguejei, sim. Praguejei aquele buraco e atribui apenas a ele a culpa da minha dor. Não, minha identidade não era culpada por isso. Não, nem a minha fraqueza, ou minha visão, ou meus devaneios acordada que me tiram do chão e me distraem da realidade. Não, não fiz isso. Não me culpei. Apenas dispus-me. Dispus-me a sofrer o que ali me trazia, ali, e não meu passado ou meu incerto futuro. E percebi que dispus-me à felicidade, dispus-me a tê-la. Entendo. Estou disposta a sofrer, afinal, estou tão disposta à felicidade.... que disponho-me por inteiro a viver!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Louca abstração


Ontem conheci uma pessoa que me lembrou alguém. Fiquei por um tempo a prestar-lhe atenção na tentativa de saber de quem se tratava. E aí reparei lentamente os movimentos todos, repetí-lhes em minha mente enquanto gesticulava, e, até fechei por segundos os olhos buscando, procurando...
Até que descobri! Descobri quem me lembrava. Até que veio subitamente em mim um estranho espanto. Soube nesse instante que me lembrava de alguém que nunca conheci. Lembrava-me alguém que vi uma vez de longe. Acho que foi isso mesmo: uma vez. Alguém que já ouvi sobre, alguém que sei alguma coisa da vida, já vi em alguma foto. Como é que explico esse sentimento? Realmente me lembrei dessa pessoa, e cabia exatamente no jeito de rir, na voz, no jeito de mexer no cabelo. Cabia exatamente com o que tinha em mim. Nunca ouvi-lhe a voz e nem sei como sorri, apenas imagino como mexe no cabelo.

Mas o pior desses momentos, foi a conclusão que obtive. A conclusão de que estranho não foi a sensação de lembrar-me de alguém que eu não tinha uma concreta lembrança, estranho foi deparar-me com esse alguém em mim, embora nunca tivesse conhecido. Em mim já tinha apelido e sobrenome, já tinha medo e cara de riso. Como é que eu racionalizaria esse sentimento? É inexplicável. Pode até ser loucura mesmo. Mas que eu tinha essa pessoa em mim eu tinha, e que era daquele jeito ali, era.
Não, não tiro sua razão, é loucura.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Ansiedade


Ela, encostada na cama, no fim do mês, no fim da noite, sem cigarro. Precisava dormir. E por mais que tentasse se distrair com um livro qualquer, sua mente lhe perturbava, a ausência lhe esvaziava.
Ao fim da primeira linha do livro qualquer, que pouco importa, seu olhar dedilha todos os elementos do quarto até alcançar a cômoda. Procura mais uma vez e constata: não tem nenhum cigarro lá. Nem unzinho!

O tempo passa nessa agornia de linha sem sentido e cômoda vazia. Até que alguém bate à porta. Ela responde. Pede, por favor, um cigarro. E o recebe. Sim, ela o recebe!
Feliz, o coloca na cômoda. Respira fundo aliviada. Assenta-se de novo, sorri de lado mirando-o. Pega o livro e deslumbra-se com sua capa. Agora admira seu título. Retoma, então, na primeira página sedenta pela historia.

Depois de linhas tranquilas e absorvíveis, fecha o livro, apaga a luz e dorme em paz.
Não, não era vício, não ia fumar. Precisava só da certeza da presença.
Lembrei-me de você. Precisava só da certeza da presença.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Vida de cinema


Os sonhos nos confudem
tal qual tela de cinema:
- Onde é o real?
De dentro da tela:
as poltronas, dos que assistem
e são assistidos.
O cinema nos assiste, meu caro,
somos todos ajudados.


Mas, e a mocinha?
Quer ela sair daqui?
Quer tocar o chão?
Deixar de voar e ver,
ver quem assiste sua TV?
Quer ela deixar a trilha sonora?
E voltar a vida em cores?
Será que quer ela encarar seus assistidos?
E ver se há mocinhos coloridos? Desafinados?
Será que quer ela uma vida real?
Quer descobrir se há por aqui um amor bonito?


Ah.. mocinha... olha para a vida!
Vê o seu desejo.
E se não gostar de viver...
Se não descobrir a música daqui,
pode voltar para seus sonhos,
pode voltar para as telas.
E tenha de volta sua trilha sonora,
guarde de novo seu afinado.
Mas vem dançar na chuva!
Se entregue ao viver....

sábado, 18 de outubro de 2008

Transeuntes terrestres


Tem dias que andando em meio a um ensurdecedor barulho de carros, pessoas, numa movimentação só, nosso ser se vê no ritmo do lado de fora. No ritmo da rotina da cidade. E andando em meio a um turbilhão de pensamentos que compõem um cenário de um terrível trânsito interno, como o de SP.
A gente respira fundo, pára e solta o ar como que expelindo todos esses pensamentos. Mas não resolve.
Daí alguns passos você atravessa a rua, mira o alvo e a direção em que se atirará. Mas que ingenuidade! Ter de volta seu destino não te livra do trânsito, não desse tipo de trânsito.
Então, se vê sacudindo os pensamentos de olhos fechados. Abre os olhos e nisso tudo passaram-se apenas segundos. Só te sobra dar uma risada de canto quando percebe a inocência de querer espantá-los com um movimento mais brusco da cabeça.
- Não! Não resolve! – sussurra pra si mesmo.
Ninguém na rua notou esse seu piscar de olhos e essa sua tentativa de esquiva. Afinal de contas os humanos são tão iguais que se parecem até no fato de não se enxergarem no outro. Ninguém nessa Terra imagina que o ser que respira e corre do mesmo lado que você na calçada, também chacoalha as idéias e tenta esquecer qualquer coisa que perturbe seu sonho, seu sono.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Saudade

Saiu sorrindo e contando os passos da roda de amigos até onde se ia. Saiu sabendo de seus passos e se acalmando para o que viria. Entrou, então, no banheiro, olhou-se no espelho de relance. Podia ainda ouvir o zunido de tudo o que acontecia lá fora. Mas agora podia estar ali, tão longe de qualquer coisa. Fechou a trinca e assentou-se afim de refugiar-se de toda aquela música, de todas as sorrindentes. Lá poderia admitir o que tivesse em mente. Foi lá encontrar quem ali não estava. Foi estar só.
E estar só significava deixar os pensamentos rotineiros tomarem conta. De repente já estava a imaginar além desse refúgio um refugiado amigo. E já podia sussurrar qualquer coisa que quisesse sobre o que tava acontecendo lá fora. Podia até dizer que era muito bom poder encontrá-lo ali. E rir de qualquer piada que fizeram. Imaginou então como seria seu olhar no momento de admitir que estava querendo ficar ali mais tempo do que poderia, afinal haviam outras pessoas esperando para usarem o sanitário para outro fim que não conversar com alguém que ali não está. Fez alguma jura, pediu um abraço e se despediu. Realmente precisava ir.

Engraçado isso: Deixar a roda de amigos para encontrar alguém que não está. Engraçado essa mania de trazer para o físico nossos problemas internos. Quem disse que paredes garantem um refúgio? Engraçado pensar que estamos sós, quem disse que ainda que sozinho não se está com alguém? Quem é inocente de achar que a ausência não é também uma presença desesperadora no ser do saudosista?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Pra não dizer que não falei (das flores, do mundo e de tudo)



Quero falar tem muito tempo.

Ansiando colocar qualquer coisa aqui.

E tenho muitos guardados, Mas....

Mas...

Sei lá porque inventaram o MAS! Afinal ele vem sempre cortar os nossos sonhos.

Vem sempre nos transformar em mortais.

e nos trazer pro chão!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Perdi


Queria escrever sobre a pipa e a flor, as do Rubem Alves.
Mas é que hoje eu perdi.
Perdi alguma coisa importante que não acho de jeito nenhum nessa bagunça.
Não encontro.
Era pequeno, mas tinha um valor enorme.
Cadê?
Como cachorro cavando a terra pra desenterrar o osso, farejando, caçando.
Ansiedade.
Tristeza.
Desespero.
Onde é que está, meu Deus?
Tem tanta coisa aqui nesse baú. Algumas insignificantes, outras preciosas.
Acho que perdi a mais valiosa.
Acho que me perdi. Não sei mais onde é que está o meu ser.
Perdi a mim mesmo.
Onde é que está o que eu acredito?
Onde é que ficou o meu ser?
Meu coração se foi?
Com tanta dor, a procura goteja no baú
Escorre... vermelho latente
e dos olhos, transparente
Com muita dor reconheço... perdi a mim no meu próprio baú.

sábado, 20 de setembro de 2008

Conversa



Acho que a gente pode falar sinceramente agora. Não tem mais ninguém por perto. Nem mais ninguém querendo saber o que que vai dar toda essa conversa.
- Vamo sentar ali?
(Suspiro) É bem difcil começar. - Até porque foi estranho demais como tudo aconteceu. Não sei como explicar e nem dizer o que eu realmente sinto. Mas o que importa agora também? Você já está ai esperando, balançando os pés e batendo qualquer coisa na mesa mostrando sua impaciência. Meus dilemas não te pertencem. E nem sei se já pertenceram.
- Pede para o garçom qualquer coisa. Pra preencher o vazio da mesa.
Da mesa, da conversa, do olhar.
Pede, mas volta!
Volta que talvez encher a mesa nos encha de qualquer coisa que se transforme em fala e que faça quem sabe a gente se entender.
To aqui esperando, acompanhando seu caminho de ida. E continuo dilemando minhas talvez possíveis falas diante dos problemas que criamos juntos.
Não sei por onde começo. Não sei se tem começo, nem sei se quero começar.
É uma agonia sem fim esse monólogo interno de que se fala tanto quando o problema é nao ter nada pra falar. Não sai nada.
E você volta com algo na mão. Nem conheço o que é. Nem reparei. Vi você por completo. E me prendi nos seus olhos. Por segundos passou-se aquele filme na minha mente.Tudo!
Você se sentou e, empurrando a cadeira, fez um barulho, que sinalizou minha volta brusca pra crua realidade do nosso vazio. Lembranças já não salvam mais. E talvez a gente se convença disso hoje.
Você enche o copo. E continua a expressar sua falta de paciência. Mas faz o que pra mudar? Nada!Não fala e nem se expressa. Só sabe me inculcar, porque nunca adivinho seus pensamentos. Já tentei brincar disso com você. Mas você é uma icógnita. Não dá jogo.
Você pergunta sobre mim. Eu volto a pergunta. Você diz que não tem nada.
A gente se distrae com os do lado. A fim de sair dali.
E, no fim, acho que a gente vai beber tudo, dizer quaisquer desculpinhas, ir embora pretendendo um sorriso. Você para o seu caminho, eu pro meu. Eu, inculcada, nervosa, dilemando muitos. E você..
Você eu nao sei como vai embora. Eu nunca soube ganhar esse jogo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Nosso espelho

Bombardeios, desses que aparecem na TV?
Acontecem entre nós.
Bombardeamos conhecidos, próximos,
roubamo-lhes tesouros
e deixamos cicatrizes, feridas.
Marcas eternas em suas vidas.

O preconceito que nos é tão repudioso?
Está aqui. Nessas simbólicas atitudes.
Nas concretas vivências.

Esta desigualdade tão odiosa,
É a nossa realidade.
É o caminho que tomamos.

O desprezo pelo interesse do povo,
começa no desprezo pelo interesse do outro.
A corrupção fortemente denunciada,
agride além de trabalhadores.

Olhai e vede:
Há guernica em nós!
O amor NOS falta!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Amor-próprio




O amor inculca,
E chega que incomoda.
Alguém pergunta:
Tem forma?
Será que me in(forma)?
Onde é que está?

E eu atrás de algo,
Algo que se assemelhe a este desejado,
Mas vou nos lugares mais inusitados.
E, confusa no meu caminho,
Olho no espelho e sei:
Não estou sozinha!

Continuo à procura,
Ainda quero encontrá-lo.
Descubro que o amor por mim mesma,
Está sim em um lugar inusitado
E, agora, mais inusitado,
que de tão perto
Jamais fora esperado.

Páro, olho pra mim e descubro
que aqui, bem dentro existe,
muito além de entulhos,
marcas desse amor
escondido.

E regando a terra em prantos,
carrego agora comigo
o meu mais que tesouro,
um novo amigo:
Esse amor,
que antes estava perdido.