terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Queria saber...



Imaginei um dia como seria se um caroço de feijão resolvesse ser verde, não de estragado, mas de colorido. Será que a feijoada teria outro sabor? Queria saber qual o gosto...
E se um pingo de chuva resolvesse não cair nunca mais... os outros se renderiam a tentação de fazer molhar? Queria saber quantos sacrificariam sua missão...
Como seria se não acordásssemos com os passarinhos e se a música fosse apenas uma imaginação e não mais que isso? Queria saber se sobreviveríamos....
Se um por cento de mim fosse um por cento de outro, onde será que eu estaria? Queria mesmo saber....
Como seria a vida se o vento não existisse, se as cores não existissem, se a luz não iluminasse?

Queria saber, se um dedo da vida não fosse como é, para que lado o mundo então giraria.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Culpa e redenção


A última coisa que quero é que o meu pecado tenha castigo
E que o que plantei tenha que ser por mim mesma colhido
A última coisa que quero é ver o meu final
É ter o que eu mereço
E levar o que foi pra mim prometido.

Não quero viver pra ver como será
O dia em que eu pagarei
Por tudo que um dia fiz
E por tudo que deixei de fazer....

Cabisbaixa
Não prossigo.
Não há força....

[Silêncio]

De repente percebo...
Uma luz no alto
Que ilumina
Além do que digo ser!

E reflito muda....
Mudo tudo...

O erro existiu
E existe
O iluminar me trouxe luz
E agora há consciência: não há aqui perfeição!
Agarro-me a certezas que me são forças
A certeza de prosseguir..tentando
De prosseguir com esperança
Prossigo agora, então.


Posso perceber...Meu redentor age!
Tenho bastante espaço pra Ele agir...
Não preciso fingir
Ele sabe que não há aqui perfeição!
E é por isso que há para Ele um lugar, uma função....
E muito trabalho!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Gratidão


Analisando algumas coisas banais e fúteis (tanto que nem merecem ser citadas) me vi refletindo sobre a minha vida. E tenho a impressão de ser assim mesmo: são as situações um tanto comuns, rotineiras e talvez até banais que nos levam a uma profunda reflexão.
Um dia desses, algo que já me incomodava, de repente, mudou de formato e tomou um ar de urgência. E tudo começou a fazer mais sentido. Percebi a importância de um sentimento chamado gratidão, que sumira do meu vocabulário há algum tempo.
Gratidão é reconhecer um favor no sentido de agradecer de bom coração. É enxergar nossa pequenez e assumir uma posição positiva frente às mais diversas situações da vida. Omitir isso siginifica, além de proporcionar uma vida de baixa qualidade para nós mesmos, transgredir uma ordem divina.
Essa gratidão se diferencia de um conformismo que mascara a verdade e não reivindica direitos, não luta e se cala. É uma gratidão ativa, viva, forte, verdadeira e sensata. É ter sensibilidade para perceber o que é bom e o que não é, força para lutar pelo que precisa ser mudado e enxergar o lado bom das coisas. Não basta ter uma vida considerada boa para se viver bem, é preciso reconhecer isso.
O oposto de uma gratidão sadia é viver em uma ilusão. Ilusão de que o mundo pode ser perfeito, as pessoas podem ser exatamente do jeito que “devem ser” e que o mundo gira em torno de nós mesmos, segundo nossa “magnífica” vontade. É exigir de todos, do governo, da universidade, dos amigos, da família, etc, que se encaixem em nossos padrões para que satisfaçam nossas carências. Criamos expectativas sobre as pessoas e nos frustramos muito quando a conhecemos de verdade porque não correspondem ao nosso modelo criado de perfeição. Esquecemos que no nosso dia-a-dia vivemos com seres humanos e não deuses.
Mascaramos nossa personalidade de maneira a agradar os que nos cercam, alimentando assim, esse clima de mundo perfeito, onde ninguém tem problema ou defeito. Onde ninguém precisa de Deus.
Ter o coração grato é reconhecer a mão de Deus nas nossas vidas e perceber que tudo o que nos acontece Ele tem visto. É parar de responsabilizar os outros pela nossa infelicidade, é tratar mágoas do passado e atribuir a um propósito do Altíssimo. Somos pequenos demais para ditar como o mundo deve girar, mas podemos melhorar o nosso próprio mundo com a gratidão. Eu posso melhorar meu próprio mundo.